segunda-feira, 13 de julho de 2015

PELA TUA PALAVRA, LANÇAREI AS REDES DE NOVO!

Diante do Santo Sudário, em Turim, Francisco implora pelas vidas traficadas nas águas do Mediterrâneo, chorando pelos pecados dos ricos da comunidade europeia, enquanto Atenas agoniza numa tragédia grega.                           

Na Bíblia, o mar se tornou imagem das forças do mal e daquilo que a imaginação popular, nos seus livros de mitologia, colocou nos fundos abismos, como o Leviatã e outros monstros marinhos.                            

Diante do Santo Sudário, Francisco nos envia "Laudato Si" para desistirmos de ser predadores do ecossistema, nessa Nave Mãe, por uma espiritualidade ecológica capaz de resgatar a consciência de que somos administradores e não proprietários, longe dos projetos de dominação faraônica.                            

A palavra de ordem é não ter medo de dizer "Sim" aos apelos que Deus nos faz, pois se o que nos move é uma consciência de fé, nossa navegação precisa começar agora! Se a justiça divina é menos punitiva e mais restaurativa, a solidariedade vem em primeiro lugar. O que nos distingue das outras criaturas é a capacidade de sonhar por novas revoluções!                            

Diante do Santo Sudário, Francisco nos adverte quanto à globalização da indiferença: ante a intolerância dos fundamentalistas convém optar por uma dimensão sociopolítica à luz da misericórdia do Pai. Em nossos tempos, o pior analfabeto político é aquele que não sabe que dos nossos pecados hídricos nasce a poluição de nossos corpos espirituais.                            

Quem sabe assim, nessa Barca, sejamos capazes de desfraldar as velas enfunadas pelos ventos de um marco regulatório, onde não precisemos de UPPs, sprays de pimenta e balas de borracha nos assentamentos.                            

Deus criou o mundo não por necessidade, mas por um transbordamento de amor.

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